sábado, 31 de março de 2018

Descartáveis, porém não recicláveis

Descartáveis, porém não recicláveis!

Disputamos nossos relacionamentos com a tecnologia, com o cardápio humano dos aplicativos, com as promoções de coisas que compramos mas não precisamos e muitas vezes nem usamos!

Para que? E porquê ter uma se posso ter várias... A sociedade atual é pautada na quantidade, "...por favor dê uma nota do meu atendimento para aprimorarmos nossos serviços..."

Além de consumimos "coisas/Entes", passamos a consumir pessoas, de diversos perfis, na maioria das vezes longe de refletir minha imagem.

 Para Winnicott o outro seria meu espelho, pois assim enxergo a mim mesmo, quando sou visto logo Existo-Vivo!

Para onde olho vejo olhos vidrados no celular, ou em pensamentos vindouros.

Onde está meu espelho, qual será meu reflexo?

Não há tempo para a construção das relações. As mesmas não são contínuas, a necessidade de interrupção é proposital: Continuação diz de afetividade!

Em uma sociedade na qual quem tem "Mais" é melhor de quem tem "menos", aprofundar as relações em um único lugar, é sinal de "fragilidade".

Como são tolos! Mal sabem que a fragilidade é uma condição humana, é como diz o poeta..

 Mentir a si mesmo, é sempre a pior mentira!

A mentira contada no espelho é a fala características dos descartáveis.

Fernanda Rezende
Psicóloga Clínica e Hospitalar

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