sexta-feira, 2 de novembro de 2018

A morte é sinônimo de saudades...

Saudades... é uma expressão que tem definição própria, só sinto saudades de algo que vivi e que em certa medida, afetou o curso de minha história de vida.

Saudades de quem amei e hoje não existe mais, pois não há um corpo físico para ser tocado, beijado e abraçado,  mas o afeto é tamanho que transgride as leis da física, pois basta eu fechar os olhos e logo o cheiro, o toque a lembrança da pessoa amada vem a frente. Chego a sentir na pele com o arrepio a emoção que invade meu ser.

É muito dolorido compreender e constatar que o ser amado não existe mais, a palavra NUNCA mais é de uma crueldade absurda, e só quem vive essa realidade sabe do que estou falando, entretanto o "Nunca" se torna paradoxal, pois o tempo no luto é relativo enquanto o enlutado viver o ente querido irá existir nas lembranças de quem vive, chega a ser quase uma sentença e um destino, o Sobrevivente á morte, leva consigo na bagagem a memoria VIVA de quem morreu.

Estranho pensar assim pois a saudade é tanta que as vezes desejo trocar de condição, eu queria estar morta para não sentir esse vazio no peito que explode em lagrimas no rosto, mas minha pequenez é tamanha que não tenho forças para mudar essa história, a mim na saudade, cabe apenas o papel de guardador de memorias de quem já não vive, e dessa forma, sigo contando quem era meu ser amado para os outros, reunindo suas historias nas conversas entre os familiares e amigos, apresentando e dizendo quem era o "fulano de tal" para aqueles que nunca estiveram em sua presença.

Não que saudades tenha data marcada para existir, mas na data de hoje 02 de novembro celebramos o "Día de los muertos" quase que uma permissão da sociedade que cala os afetos com suas necessidades de consumo e produção á permissão para a expressão da minha dor, pois com o auxilio de toda ritualística envolvida no evento da data, posso homenagear e agradecer a pessoa amada pela experiencia vivida, pois a saudade só existe porque houve afeto e amor.

E assim façamos na data de hoje, cada qual a sua maneira, lembremos os nossos amados falecidos...
Como guardiã da vida, sigo preservando a existência de quem amei... mesmo com o pesar da saudade, agradeço a vida pela a oportunidade de viver, pois o afeto ao falecido é tamanha que mesmo com a angustia no peito a experiencia da Vida, sempre será Maior que a Morte.

A vida sempre será maior que a morte...... por isso na data de hoje CELEBREMOS a vida que existiu!!!

In memoria de minhas amadas mãe/avó Dalila e madrinha Nerinha, minhas experiencias de ternura e afeto.

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